AULA PROGRAMADA - GEOGRAFIA - EJA TOTALIDADE 4- PROFESSOR: EZEKIEL
E.E.E.F. Antonio de Sousa Neto
Professor: Ezekiel
Disciplina: Geografia
Aula Programada: EJA Totalidade 4
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Região Nordeste
A região Nordeste tem várias características bem peculiares a ela. Podemos destacar duas: a primeira dá-se pelo fato de ser a região de colonização mais antiga do país, sendo ocupada pelos portugueses desde sua chegada, em 1500.
Outra característica peculiar dessa região é em relação ao clima. Devido à presença de solos rasos e pobres, além da proximidade com a Linha do Equador, muitos estados possuem o clima semiárido, o que faz alguns rios secarem completamente, além de cidades inteiras ficarem sem chuva durante seis meses ou mais ao longo do ano.
Estados da região Nordeste
A região Nordeste apresenta a maior quantidade de estados do Brasil, mas isso não significa que ela é a maior em extensão territorial. Veja, em ordem alfabética, os estados do Nordeste e suas respectivas capitais.
Estados
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Capitais
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Gentílicos
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Alagoas
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Maceió
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Alagoano
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Bahia
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Salvador
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Baiano
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Ceará
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Fortaleza
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Cearense
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Maranhão
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São Luís do Maranhão
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Maranhense
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Paraíba
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João Pessoa
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Paraibano
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Pernambuco
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Recife
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Pernambucano
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Piauí
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Teresina
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Piauiense
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Rio Grande do Norte
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Natal
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Potiguar, norte-rio-grandense ou rio-grandense-do-norte
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Sergipe
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Aracaju
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Sergipano ou sergipense
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Dados gerais da região Nordeste
Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esses dados são de 2019.
- Área territorial: aproximadamente, 1,5 milhão de km², o que resulta em 18% do território brasileiro.
- População: 57.071.654 habitantes
- Rendimento domiciliar per capita (em reais): 887,00
- Densidade demográfica: 39,64 habitantes por km²
- Produto Interno Bruto (em reais): 367.861.916.000,00
- Índice de Desenvolvimento Humano: 0,659
- Taxa de mortalidade infantil|1|: 16,6
Breve histórico da região Nordeste
A colonização portuguesa, iniciada em meados de 1530, iniciou-se pela região Nordeste. Isso porque ela foi a porta de entrada dos europeus em nosso território. Nesse período (século XVI), os portugueses iniciaram o cultivo da cana-de-açúcar, produto muito disputado nos mercados do Velho Mundo, como ficou conhecida a Europa.
Esse cultivo foi muito bem-sucedido em várias áreas nordestinas, em especial no território que hoje corresponde ao estado de Pernambuco. O sucesso do plantio de cana deve-se a alguns fatores, como o clima quente e úmido no litoral nordestino e o seu solo fértil, conhecido como massapé, além disso, à certa proximidade com portos europeus.
Nessa época, o plantio da cana desenvolvia-se paralelamente ao surgimento de latifúndios e trabalho escravo, fosse com mão de obra indígena, fosse com mão de obra negra africana. A estrutura social era, basicamente, formada pelos senhores de engenho (os proprietários dos latifúndios), sua família e os trabalhadores, alguns assalariados, mas a maioria escravos.
O senhor de engenho era a pessoa a que todos deviam respeito e obediência. Esse modelo de sociedade ficou conhecido como patriarcal, em que o chefe da família ditava as regras. Essas regras iam além de suas fazendas, e muitas vezes esses senhores governavam cidades e até estados.
A economia açucareira e seu modelo de sociedade, em que o benefício atingia poucos em vez de muitos, trouxe reflexos até os dias atuais no Nordeste, pois ainda há uma grande concentração de terras (latifúndios) e a influência dos grandes fazendeiros na política nordestina é muito forte.
A criação de gado também contribuiu, inicialmente, para o desenvolvimento da região. Esses animais eram utilizados para transporte, movimentação do engenho, e, com o passar do tempo, serviram para colonizar o interior do Nordeste. Atualmente, é comum vermos áreas do sertão nordestino praticando a pecuária extensiva, na qual o gado é criado livre e o emprego da tecnologia é baixo.
Na Segunda Revolução Industrial foi implementado no Nordeste o cultivo do algodão, que era destinado, exclusivamente, para a Europa devido às indústrias têxteis que havia naquele continente. Esse fator aumentou mais o poder dos latifundiários, pois toda produção era controlada por eles e visava ao mercado externo, já que no Brasil não havia esse tipo de indústria.
Clima da região Nordeste
Como a região é localizada em uma área de baixa latitude, seu clima sofre pouca variação nas temperaturas ao longo do ano, tanto durante o dia quanto à noite. No entanto, há grande variação quanto ao volume de pluviosidade durante o ano, sendo mal distribuído na região, causando secas severas em alguns estados e abundância de chuva em outros.
Os climas encontrados no Nordeste são: equatorial, tropical semiárido, tropical continental e tropical litorâneo.
O clima equatorial pode ser encontrado no oeste do Maranhão e possui características semelhantes ao clima da região Norte, com altos índices pluviométricos e temperaturas elevadas o ano todo e com médias termais entre 25 ºC e 27 ºC.
Já o clima tropical semiárido é o que mais predomina no Nordeste, com temperaturas acima dos 25 ºC o ano todo e baixa pluviosidade (menos de 1000 mm por ano). No verão, há presença de chuvas devido à influência das massas de ar equatorial continental e atlântica. A área de ocorrência desse clima é conhecida como sertão, que pode chegar a ficar oito meses sem chuva.
O clima tropical continental pode ser localizado em áreas da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. Com temperaturas elevadas, as chuvas são concentradas no verão.
No litoral nordestino temos o clima tropical litorâneo. Esse clima possui grande índice pluviométrico devido às massas de ar úmidas que vêm dos oceanos, além de médias térmicas altas durante todo o ano.
Relevo da região Nordeste
O relevo dessa região ajuda-nos a entender alguns problemas relacionados à seca que ocorre no sertão. É uma região com muitos planaltos, depressões e planícies, sendo estas últimas encontradas no litoral nordestino.
Os planaltos e as depressões ocupam todo o interior. O Planalto da Borborema localiza-se nos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Com altitudes de 800 m a 1000 m, funciona como uma barreira dos ventos úmidos que vêm do oceano Atlântico. Devido à altitude, os ventos úmidos do oceano precisam elevar-se, esfriando e perdendo umidade. Com isso, ao transpor a barreira planáltica, esses ventos estão secos, o que explica, de forma parcial, a seca em algumas áreas do interior nordestino.
Além do Planalto da Borborema, podemos encontrar a Chapada Diamantina, localizada nos planaltos e serras leste-sudeste. Essa chapada ocupa o centro-sul baiano. Outros planaltos podem ser encontrados na bacia do rio Parnaíba (os quais chamamos de planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba), no Maranhão, Piauí e oeste da Bahia. Como exemplos, temos a Chapada das Mangabeiras e a Serra Grande no Piauí.
As depressões podem ser encontradas ao longo do vale do rio São Francisco, sendo conhecidas como depressões sertanejas e tendo altitudes de 200 m a 500 m. Elas ocorrem em todos os estados nordestinos, exceto no Maranhão e no Piauí.
Vegetação da região Nordeste
Devido ao clima quente e à variação no relevo, podemos encontrar cinco tipos de vegetação no Nordeste: Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Mata dos Cocais e Manguezais.
A Mata Atlântica era uma grande floresta que ocupava uma área do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Localizada no litoral nordestino, essa floresta sofreu grande alteração por parte do ser humano no início da colonização: primeiro para a extração do pau-brasil, depois para o cultivo da cana, sendo a primeira vegetação desmatada do país. Atualmente possui algumas áreas preservadas na Bahia, onde há um rico cultivo de frutas.
O Cerrado é encontrado nos estados da Bahia, Maranhão e Piauí. É uma vegetação típica de climas tropicais com duas estações definidas, uma seca (inverno) e outra chuvosa (verão), com árvores de baixo e médio porte.
Presente no sertão semiárido, a Caatinga é uma vegetação com plantas acostumadas com a baixa umidade, o que chamamos de plantas xerófitas. Essas plantas costumam ser tortuosas, com cascas grossas e cheias de espinhos. Quando não chove, elas perdem suas folhas para reter água, além de ter raízes profundas que ajudam na captação de água no solo.
O nome Caatinga é de origem tupi e significa “mata rala”, pois, durante a seca, a vegetação fica cinza, sem folhas. No entanto, basta pouca chuva para que o verde volte, mostrando a grande capacidade de recuperação dessa vegetação.
A Mata dos Cocais, encontrada no Piauí e no Maranhão, recebe esse nome devido às espécies de palmeiras: a carnaúba e o babaçu. Essas palmeiras fornecem matéria-prima para a indústria de sabão, margarina, combustíveis, e são importantes para o sustento da população local, que retira os cocos para sua subsistência.
No litoral do Nordeste, temos a presença de Manguezais, vegetações acostumadas a solos com alta salinidade devido ao contato com a água do mar. Nessa vegetação encontramos crustáceos, como caranguejos e siris, muito utilizados na gastronomia das praias nordestinas.
QUESTÕES:
1. Segundo o texto, quais são as duas características peculiares desta região?
2. Quantos e quais são os estados da Região Nordeste?
3. Quais são as capitais dos devidos estados do Nordeste?
4. Segundo os dados do IBGE, cite número da população, densidade demográfica e área territorial?
4. Produto desenvolvido pelos portugueses no início da colonização.
5. Principal mão de obra no plantio.
6. Na segunda revolução industrial, qual foi a atividade implementada nesta região?
7. Tipos de clima nesta região?
8. Quais são os tipos de relevo? Nome dos principais relevos.
9. Nome das principais bacias hidrográficas. Qual é o principal?
10. Quais são os tipos de vegetação?
Notas
|1| Dado do censo do IBGE de 2010.
Por Átila Matias
Professor de Geografia
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