Aula Programada Língua Portuguesa EJA T3/T4 18 de Dezembro

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Paulo Coelho

 

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3. O NATAL DA MINHA INFÂNCIA

Os períodos natalinos sempre nos trazem à lembrança momentos marcantes na nossa vida. Sem dúvida é na nossa infância que ficam as marcas mais significativas desta fase da nossa jornada, passagens essas que, todos os anos retornam ao pensamento, fazendo-nos reviver aqueles momentos, alguns felizes, outros nem tanto, mas que continuam a povoar o nosso consciente e a influenciar o nosso estado de espírito nesta especial fase do ano.

Para quem é cristão e católico como a maioria dos portugueses e dos brasileiros, é sempre um período de contemplação, de reflexão e de esperança de dias melhores, reveladas na figura de Cristo menino, no seu berço em Nazaré, figuração que nos traz a expectativa de uma nova vida pela frente, a começar no Ano Novo que está para chegar e que o olhar para o Deus menino fica entusiasmado por tudo o que o futuro poderá lhe revelar, simbolizados pelo alvorecer dessa nova vida e o florescer de oportunidades.

A minha infância teve duas fases bem distintas: até aos sete anos, na minha cidade do Porto, onde nasci e onde conheci as primeiras revelações do Natal, passando a valorizar tais momentos pela expectativa dos presentes, colocados sorrateiramente na meia colocada estrategicamente em cima da lareira na casa de meus avós, em Vila Nova de Gaia.

A família de meu pai (e que era muito grande) se reunia em volta de uma enorme mesa (que naquela ocasião me parecia bem maior) com a minha saudosa avó na cabeceira (que na época já era viúva), oportunidade na qual se festejava aquela data, com uma ceia de Natal onde não faltavam os assados e o indispensável bacalhau cozido à portuguesa, ao qual se seguiam inúmeras sobremesas com as quais nos deliciávamos constituídas de frutas, de doces, onde pontificavam as frutas cristalizadas, as nozes, as avelãs, os figos, as passas, onde também não faltava a aletria, as rabanadas e as castanhas, tudo isso acompanhado dos vinhos (isso só para os adultos) e dos sucos e dos refrigerantes, deixando-nos (as crianças) envolvidos naquele ambiente familiar e acolhedor, onde não faltavam lembranças de outros Natais e das pessoas que ali já não estavam, ou porque não tinham podido vir, ou porque tinham emigrado, ou mesmo por já terem falecido.

Eram momentos de encanto e de emoção e que eram aguardados por todos, durante o decorrer do ano, para ali serem vividos com todo o entusiasmo e fervor.

Lembro, claramente, que a minha mãe tinha que fazer um esforço todo especial para me fazer dormir tal era a ânsia de saber o que o Papai Noel iria trazer após a meia noite e, logo nas primeiras horas do dia seguinte, o Dia de Natal, acordava, pedindo à minha mãe para me levar até à lareira para descobrir o que o bom velhinho tinha deixado.

Posteriormente, tendo passado a viver no Rio de Janeiro, para onde nós emigramos (isto há 53 anos), as tradições a que nos tínhamos acostumado desde essa tenra idade, continuaram a fluir e passamos a nos encontrar na casa de minha tia Rosa, no Rio Comprido, onde ela fazia questão de reviver as tradições e o ambiente familiares a que estávamos acostumados desde Oliveira do Douro.

O tempo foi passando e as pessoas mais velhas foram nos deixando, outros novos membros da família foram chegando, mas eu continuo a exercitar a minha memória e a relembrar os momentos tão felizes e significativos que a infância me deixou nessas comemorações natalinas, procurando transmitir a meus filhos, à minha neta, aos sobrinhos e aos meus familiares, esta tradição tão cristã e portuguesa, fazendo reunir na minha casa todos eles, na expectativa de que as crianças de hoje possam vir a ter os momentos de felicidade e de encanto que eu pude usufruir naqueles Natais da minha infância e que me marcaram definitivamente por toda a vida.

O Natal é, sem sombra de dúvida, uma festa de amor, de compreensão e de paz, sentimentos que devemos preservar e que as crianças conseguem nos transmitir melhor do que ninguém. Feliz Natal!

Eduardo Neves Moreira

 

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4. A ESTRELA DE NATAL

Há muitos e muitos anos atrás, em uma cidade muito pequena, vivia uma família muito humilde, mas que sempre soube dar uma educação muito boa para seu casal de filhos: João e Elisa, com 12 e 10 anos.

O Natal se aproximava e o padre da cidade, com a colaboração de alguns membros da comunidade, resolveram montar um presépio em frente à Igreja.

Levaram muito tempo, pois as figuras tinham quase o tamanho natural. Toda a cidade estava muito animada e curiosa para ver o Presépio e participar da bênção que o padre iria dar.

Escolheram a data de 6 de Dezembro para homenagear o Dia de São Nicolau ou a chegada de Papai Noel. Data que é utilizada até os dias de hoje para se montar a árvore de Natal.

No dia da comemoração, João e Elisa se atrasaram e saíram sozinhos de casa. Correram e correram muito. Quando estavam próximos à Igreja, viram um velhinho andando com muita dificuldade, apoiado em sua bengala. Ao se aproximarem ele disse:

– Sou muito velho, e estou perdido, vocês podem me ajudar a chegar até a minha casa ? Eu moro na Rua da Esperança, número 888.

As crianças sabiam que, se ajudassem o velhinho, não conseguiriam ver a tão desejada bênção do padre.

– Elisa, é mais importante ajudar esse pobre velhinho, pois não podemos deixá-lo sozinho. – disse João.

Elisa, com lágrimas nos olhos, baixou a cabeça e concordou. Caminharam os dois levando o velhinho até a sua casa. Lá chegando ele agradeceu e disse:

– Muito obrigado, crianças. Vocês sabiam que no dia de São Nicolau, acontecem muitas coisas mágicas para aqueles que foram bons durante o ano?

Elisa muito envergonhada, disse:

– Nós fomos bons, mas fizemos algumas travessuras.

O velho, comovido, olhou para os olhos dos dois e disse:

– Corram até o presépio para a bênção, pois ainda há tempo.

Os dois se despediram e correram até a praça, mas não havia mais ninguém, só encontraram o presépio que realmente estava muito bonito. A noite estava silenciosa e apenas as estrelas os observavam, cintilando no céu.

Todos tinham trazido presentes e flores para enfeitar o presépio. Tudo estava muito bonito. Como eram pobres e não tinham nada para dar, colheram algumas ervas-daninhas que cresciam por entre as pedras do chão e as colocaram na manjedoura, com muita devoção, ao redor do Menino Jesus.

Nesse momento, perceberam que alguém se aproximava e olharam para trás. Ficaram surpresos ao ver o velho caminhando na direção deles, sem o apoio da bengala. A cada passo que ele dava, o chão se iluminava com um azul brilhante, formando uma trilha de passos azuis. As crianças ficaram olhando, e sentiam em seus corações uma alegria sem fim.

O velho disse:

– Vocês são crianças muito especiais. Todos os anos eu tenho a esperança de ainda encontrar sentimentos puros nos corações dos filhos de Deus. E vejo que ainda existe esperança. Coloquem sua mão esquerda no coração e com a direita toquem essas ervas daninhas que trouxeram como oferenda para o Filho de Deus. As crianças obedeceram e, ao tocarem nas ervas-daninhas, uma luz começou a brilhar e aos poucos foi transformando-as em uma planta muito especial com folhas vermelhas, conhecida e usada nos dias de hoje como a Estrela de Natal ou Poinsettia.

O velho se aproximou das crianças e disse:

– Vocês são um exemplo de bondade e já são abençoadas, nunca se esqueçam desse dia.

João, muito curioso, pergunta:

– Ainda não sabemos o seu nome.

O velhinho ficou uns instantes em silêncio, e disse:

– Podem me chamar de Nicolau.

Nesse momento, o bom velhinho tirou do bolso duas bengalinhas brancas de açúcar com listas vermelhas e deu uma para João e outra para Elisa. Enquanto as crianças olhavam o presente com muita emoção, não viram o velhinho se afastar.

Quando perceberam estavam novamente sozinhos, mas quando olharam melhor, ficaram surpresos ao ver que o velhinho era uma das figuras do presépio que nesse momento sorria para eles.

Já era tarde, e João e Elisa, correram para casa, ansiosos para contar a seus pais o que tinha acontecido.


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